O papel do pai é importantíssimo para o desenvolvimento do bebê. Nos primeiros meses de vida, é claro que mãe e filho estão conectados de uma forma diferente e mais direta. Nesse momento, o dever do pai é organizar questões da casa, da alimentação, pode dar banho no bebê, levantar em todos despertares que não forem para mamar, trocar fraldas…
Uma dica que sempre dou é colocar berço do bebê ao lado do pai e não da mãe, para não ter o cheiro de leite tão pertinho. Mas claro, tudo isso depende do perfil de cada pai, alguns não conseguem mesmo e tudo bem! Importante adaptar como ficar melhor para a sua família.
Ainda escutamos muito as pessoas falarem sobre o pai ajudar a mãe. Como assim? Ajudar? O pai precisa fazer o papel de pai, assim como a mãe tem o seu papel de mãe. Um pai que cuida do seu filho não está ajudando ninguém. Ele está cumprindo com a sua função paterna. Quem ajuda é a vó, os dindos, os tios. É claro que cada um tem seu papel. E isso acontece em qualquer tipo de relação, sabiam? Tanto nas relações homoafetivas como nas das mamães solo, onde outra pessoa acaba fazendo esse papel também. Mais tarde, na medida em que o bebê for crescendo, o corte dessa relação mãe/bebê é feito pelo pai (ou a pessoa que fizer essa função) que vai entrando nessa relação de forma saudável, cortando o “cordão” e mostrando que o mundo é maior do que a criança imagina. Observem como as mães costumam segurar os filhos: para si, junto do seu corpo. Já os pais seguram o bebê de costas para ele, mostrando o mundo e as descobertas. Como já disse, cada um tem o seu papel. E eles são igualmente importantes.
Betina Haubrich é psicóloga graduada pela Universidade Feevale e consultora do sono materno e infantil formada pela Maternity & Parenting Institute, da Califórnia (EUA), e pelo Instituto Mãe, de São Paulo.