Dormir bem é sinônimo de qualidade de vida e, embora uma boa noite de sono seja uma das principais necessidades das nossas vidas, os estudos sobre o tema ainda são muito recentes. Médicos e psicólogos passaram a se dedicar ao assunto com mais atenção há apenas 20 anos. E se formos parar pra pensar, muitos dos mitos relacionados ao sono foram passados de geração a geração. Agora, porém, com mais especialistas e estudos voltados ao assunto, conseguimos comprovar e entender melhor o que é preciso para que todos possam dormir bem e melhorar a qualidade de vida e a relação entre pais e filhos, que é o nosso foco aqui. Por isso, separei cinco mitos que gostaria de desmistificar para vocês:
1 – Não fazer sonecas de dia fará com que a criança durma a noite toda.
Este é um grande mito no qual os mais velhos ainda acreditam. Porém, é justamente o contrário: a criança precisa dormir bem durante o dia e ter todas suas necessidades supridas para poder dormir bem à noite.
2 – Todo bebê aprende a dormir sozinho.
Na verdade somente 30% das crianças aprendem a dormir sozinhas. Os outros 70% precisam ser ensinados, pois o sono é uma habilidade aprendida e TODA criança é capaz de dormir bem. Assim como ensinamos a caminhar e a falar, precisamos também ensinar as crianças a dormir.
3 – Dar fórmula ajuda o bebê a dormir mais
A fórmula, na verdade, leva mais tempo para ser digerida, podendo causar até desconforto no bebê, caso ele não possua uma boa alimentação ao longo do dia, seja por leite materno ou pela introdução de sólidos. Não será a mamadeira de fórmula infantil, antes de deitar, que fará o bebê dormir bem a noite toda.
4 – Criança que está com sono não fica agitada
Cada criança tem uma forma de demonstrar sono. Algumas esfregam os olhos, outras bocejam, mas outras ficam mais agitadas ainda, como se não estivessem com sono. Isso significa, porém, que o ponto do sono já passou e acaba sendo até mais difícil colocar o pequeno para dormir.
5 –Os bebês dormem a noite toda ao completar três meses.
Caso a criança tenha bons hábitos e durma a noite toda aos três meses, perfeito, não vamos acordá-la se não houver indicação médica. Porém, se a criança ainda acordar a cada quatro horas, por exemplo, significa que ela ainda precisa se alimentar. E não podemos exigir algo que o bebê não pode nos dar. Com quatro meses, o bebê já aguenta cinco horas sem mamar. E a partir dos seis meses, com a introdução alimentar, a criança já é capaz de emendar a noite toda. Essa é a hora de pensar em um desmame noturno, se for o desejo da família.
Aos poucos, vamos desmistificando alguns destes mitos. Apesar de recentes, os estudos sobre o sono estão aí para nos ajudar. E ajudar nossas crianças, e os pais, a terem uma boa e merecida noite de sono.
Betina Haubrich é psicóloga graduada pela Universidade Feevale e consultora do sono materno e infantil formada pela Maternity & Parenting Institute, da Califórnia (EUA), e pelo Instituto Mãe, de São Paulo.
